Adoencem mais os idosos desnutridos e desnutrem mais os idosos doentes

Em Portugal, o decréscimo da taxa de mortalidade acompanhado pela diminuição da taxa de natalidade tem levado a um envelhecimento demográfico, que se traduz numa elevada proporção na população de indivíduos idosos.

Perante esta realidade, é importante ter em conta que o processo de envelhecimento implica uma série de alterações fisiológicas, psicológicas e sociais influenciadas por fatores intrínsecos, como genética e extrínseca, como a nutrição e o estilo de vida. Além disso, a presença de processos inflamatórios leves e patologias crónicas na população com mais de 65 anos, geralmente, é acompanhada pela deterioração gradual das funções digestivas, músculo-esqueléticas e cognitivas.

Estas alterações decorrentes do processo de envelhecimento podem contribuir para a perda de apetite ou anorexia que leva a uma menor ingestão alimentar e alterações na digestão e absorção de nutrientes, que implicam uma menor utilização/aproveitamento dos nutrientes, aspetos estes que podem explicar a elevada prevalência de risco nutricional e desnutrição nesta população. Portanto, a prevenção e deteção precoce de deficits nutricionais, bem como o controlo e monitorização do estado nutricional no sénior, são aspetos essencial para evitar complicações de saúde. No caso da desnutrição instalada, o uso de soluções nutricionais nesta população demonstrou a sua eficácia na melhoria do estado nutricional, favorecendo o aumento de peso, melhorando a resposta imunitária e reduzindo as infeções, acelerando o processo de cicatrização, que leva à redução dos custos hospitalares e diminuição da taxa de mortalidade.

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21,2% dos indivíduos com mais de 65 anos, apresentam anorexia ou perda de apetite, sendo mais prevalente em indivíduos hospitalizados ou em residências geriátricas.
Fuente: Donini LM, Dominguez LJ, Barbagallo M, et al. Senile anorexia in different geriatric settings in Italy. J Nutr Health Aging 2011; 15:775–781
A prevalência de desnutrição na população senior é de 16,6%, com maior prevalência entre os hospitalizados (24,6%) e institucionalizados (20,8%) comparativamente aos que vivem na comunidade (6,9%).
Fuernte: Millà Villaroel R et al. Prevalencia de malnutrición en la población anciana española: una revisión sistemática. Med Clin (Barc). 2012;139(11):502–508
Os guias da Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo (ESPEN) recomendam com grau A o uso de suplementos nutricionais para melhorar um adequado estado nutricional em indivíduos seniores.
Fuente: Volkert D et al. ESPEN “Guidelines on Enteral Nutrition: Geriatrics”. Clin Nutr 2006; 25: 330–360.

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A Alimentação Básica Adaptada (ABA) favorece a nutrição dos séniores que não conseguem atingir um aporte nutricional adequado com a alimentação tradicional, já que a ABA está adaptada às suas necessidades, textura, nutrientes, sabor, simplicidade de preparação e manutenção, com um aspeto semelhante à alimentação tradicional tanto ao pequeno-almoço, almoço, lanche e ceia.
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A intervenção nutricional mediante fórmulas de nutrição entérica com uma composição de macro e micronutrientes definida, utilizadas como fonte nutricional única ou como suplemento à ingestão do paciente, prevenindo a desnutrição em pacientes com risco nutricional e corrige-a em seniores com desnutrição instalada.